Introdução
Esta é a segunda classe de dons em nossa divisão; são vocações especificas de Deus para a Igreja, para criação, explanação e preservação da doutrina bíblica, como também para edificação geral do corpo de Cristo, (Ef 4.12). Os dons ministeriais: Apostolo, Profetas, Evangelistas, Pastores e Doutores, são também designados “dons de Cristo” pois são concedidos por Ele a sua igreja. Estes ministérios são ornamentados pelos dons espirituais (1 Co 12.6-8) e o dons de governo (Rm 12.7,8). Sem a dinâmica destes, os demais ficam quase sem vida. A respeito dessa classe de dons não encontramos nas Escrituras indícios de que devemos busca-los, pois são distribuídos por Cristo segundo sua própria vontade aqueles que dantes elegera em sua presciência.
1. Dom ministerial de Apostolo:
O termo apóstolo foi aplicado primeiramente aos doze discípulos de Jesus (Mc 6:30; Lc 9:10; 22:14). Depois da ascensão de Jesus foi aplicado a: Matias, o substituto de Judas Iscariotes (At 1.25,26) Paulo (Rm 1.1; 1 Co 9.1) e Barnabé (At 14:4).
Apóstolo é um embaixador chamado para uma missão específica; porém em sentido mais genérico o termo “Apostolo” foi aplicado aos primeiros cristãos missionários enviados pelas igrejas para pregar a mensagem do Novo Testamento. No seu sentido especifico refere-se somente àqueles que tinham recebido uma comissão direta de Cristo, “implantar sua mensagem e revelação original”. Paulo é um Apostolo neste sentido especial (ver 1 Co 9:1; 15:7).
Os apóstolos neste sentido especial são os verdadeiros substitutos dos profetas do Antigo Testamento, cuja missão é a mesma, produzir as Escrituras. Pela análise do Novo Testamento, parece justo afirmarmos que tal ministério tanto no sentido especifico como genérico ficou restrito somente à era apostólica.
2. Dom ministerial de Profeta.
Os profetas do Novo Testamento eram pessoas dotadas de uma virtude especifica que os capacitava a transmitir à revelação Bíblica sob autoridade do Espírito Santo, (At 11: 28). Exerciam o ministério itinerante auxiliando na tarefa de edificação das igrejas. (At 11: 27; At 15: 32). Os profetas de Antioquia foram os que impuseram as mãos sobre Paulo e Barnabé, separando-os para o ministério itinerante (At 13: 2) confirmado por revelação profética do Espírito Santo. Outros profetas como Judas e Silas foram enviados pelos Apóstolos a Antioquia e lá exortava e confortava os irmãos com muitas palavras, possivelmente proféticas (At 15.32).
3. Evangelistas.
Novo Testamento os evangelistas eram pessoas que, a semelhança dos missionários, levava o evangelho a lugares onde não havia ainda comunidades cristãs.
Felipe um dos sete diáconos (At 6: 5), tornou-se evangelista (At 21:8). Este ministério apesar de ter semelhança e estar intimamente relacionado, é distinto dos demais citados por Paulo em Ef 4.11. Paulo exortou Timóteo a fazer a obra de um evangelista (2 Tm 4: 5), isto é, pregar o evangelho aos que ainda não o conhecia.
O evangelista, sem dúvida, é alguém, cujo amor pelas almas o instiga a trabalhar, incondicionalmente na difusão do evangelho. Aos que possuem tal dom não há momento impróprio, não há acepção de pessoas, não há circunstancia difícil para falar do grande amor do Senhor Jesus.
4. Pastores e Doutores.
Alguns acreditam que estes dois últimos ministérios da lista de (Ef 4: 11) trata-se de um único ofício, por haver grande semelhança nos mesmos, e também por serem citados juntos. Os que presidem o rebanho do Senhor “Os Pastores” precisam ao mesmo tempo ser doutores da palavra, pois a eles compete não somente zelar como também disseminar a sã doutrina na igreja, para que a mesma possa ser edificada, preparada para ser “igreja gloriosa, sem macula, nem ruga, sem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível” (Ef 5.27). O versículo anterior ao que mencionamos diz “purificando-a com a lavagem da água, pela palavra”. Portanto, a palavra de Deus é indispensável, e para que possa alcançar seus objetivos, é necessário que seja ministrada sistematicamente respeitando sua exegese, e isto é tarefa dos líderes cristãos: “Pastores e Doutores”. No entanto, não dispensamos a possibilidade de serem ministérios distintos, pois em (At 13:1) são mencionados os doutores, sem mencionar se trabalhavam na atividade pastoral ou se tinham o dom ministerial de Pastor. A lista de (At 13:1), trata-se de profetas e doutores, porém não distingue quais eram profetas e quais eram doutores, porem se usarmos o contexto bíblico podemos definir alguns, como por exemplo: Paulo e Barnabé sem dúvidas eram doutores. Sobre Paulo, ele mesmo afirma ser doutor dos gentios (1 Tm 2:7) a respeito de Barnabé podemos considerar o seguinte: em (Atos 11:27) diz que profetas desceram de Jerusalém a Antioquia e um deles é mencionado nominalmente Ágabo (v 28), porém quando tais profetas desceram a Antioquia Barnabé já se encontrava lá, pois a igreja de Jerusalém o havia mandado para ajudar naquela igreja (At 11:19-25) e em momento algum é chamado de profeta.
Se de fato Barnabé e Paulo eram doutores, então pode haver possibilidade de este ser distinto do ministério de Pastor, pois Barnabé e Paulo, não eram pastores, pelo menos em sentido oficial, porém não devemos entrar em discussão sobre esta questão e nem qualquer outra, pois os dons de ministério, apesar de serem distintos são inter-relacionados. Os dons ministeriais apesar de serem distintos, podem ser vistos na pratica na vida de uma só pessoa. Paulo era Apostolo (Rm 1: 1), Doutor (1 Tm 2:7), Evangelista (At 13:5), Pastor, talvez não no sentido real do termo, mas na prática.
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