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Foto do escritorMarciel A. Delfino

O SERMÃO DA MONTANHA - A BONDADE DE DEUS, OS DOIS CAMINHOS

TEXTO BÍBLICO: (MT 7.7-14) INTRODUÇÃO Nessa cessão iremos estudar a respeito da bondade de Deus, a perseverança, e sobre os dois caminhos, abordados por Jesus em Mateus 7.7-14. O tema sobre a bondade de Deus, chama a tenção sobre o fato de que Deus é um Pai amoroso que cuida de seus filhos. Ele provê todas as coisas necessárias para a vida humana, e acima de tudo nos comunica também os cuidados espirituais. A bondade de Deus será retratada, em detrimento de nossa maldade. Apesar de sermos maus, Deus ainda estende sua bondade sobre nossas vidas, desde que peçamos com constância. O segundo tema, enfatiza a nossa capacidade de escolha diante da realidade espiritual que nos é revelado por meio do evangelho. Deus nos apresenta dois caminhos, o da vida e da perdição, e nos deixa a liberdade de escolha. São duas realidades contrapostas, que trarão consequências eternas a vida do homem. A bondade de Deus “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Mateus 7:7). A bondade de Deus nos é apresentada de maneira tangível e acessível. Deus é um Deus transcendente, isso é, que supera todas as coisas, que está além de tudo. Apesar de possuir este atributo, em contrapartida Deus também é imanente, isso é, um Deus acessível, que está próximo, que se manifesta a sua criatura, e que deixa ser tocado por ela. Os verbos “pedir”, “buscar” e “bater”, indicam continuidade. E ilustra a ação do crente em explorar o tangível de Deus. Deus é incomensurável, mas não intangível, pois isso nos exorta a explorar sua tangência por meio da busca constante de seu favor e misericórdia. Bondade, reflete o que há abundantemente em Deus. E a carência dessa bondade é o que o temos de mais necessário. Perseverança na busca da bondade de Deus “Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus 7:8). Jesus declara que a constância, é o segredo para sermos alvos da bondade de Deus. Devemos ser constantes no pedir, buscar e bater. Jesus declara que Deus se preocupa com as nossas necessidades básicas, quando pedimos algo a ele, Ele se preocupa em nos dar, levando em consideração os detalhes “natureza, caráter” daquilo que pedimos. Deus é infinitamente mais bondoso e mais cuidadoso que um pai de família. O pai de família por mais atencioso seja para com o filho, não pode jamais superar os cuidados de Deus, pois ele tem conhecimento verdadeira de causas. Ele conheça o que está em nosso coração, sabe perfeitamente da nossa real necessidade, que pode, as vezes ficar camufladas diante da expectativa e observação humana. “E qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? ” (Mateus 7:9-11). A bondade e o afeto humano, por mais expressivo que seja, jamais se comparará a bondade e o afeto de Deus por seus filhos “Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se refugiam!” (Sl 31.19). A expressão “dará bens aos que lhe pedirem”, refere-se a extensão do cuidado e da misericórdia de Deus, e sua disposição em prontificar esse cuidado. Basta pedir. A bondade deve ser reconhecida e retribuída “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mateus 7:12). Deus nos perdoa, e quer que também perdoamos o nosso próximo. Deus manifesta sua bondade sobre nossas vidas, e quer que também sejamos bondosos para com o nosso semelhante. Se somos alvos da bondade de Deus, ele espera que sejamos o instrumento de sua bondade. Uma maneira de reconhecermos e retribuirmos a bondade de Deus em nossas vidas, é estendendo o mesmo favor ao nosso próximo. O versículo em apreço alude a ideia da retribuição e da gratidão. A gratidão é uma virtude rara, mas se queremos que Deus manifeste seus cuidados sobre nossas vidas, devemos aprender a cultivá-la, tanto em relação a Deus, quanto em relação ao nosso semelhante. Os dois caminhos “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” (Mt 7.14,15). Estes versículos enfatizam uma ampla verdade a respeito do Reino de Deus. Primeiramente enfatiza a singularidade do Reino de Deus, em detrimento ao que chamamos de pluralismo religioso. Apesar de muitos neste mundo serem aclamados como divindades, e haver muitas religiões que afirmam levar a Deus, existe, de fato apenas uma porta para o Reino, e apenas um caminho que conduz a ele, Jesus. O próprio Jesus afirma ser o caminho a verdade e a vida (Jo 14.6). A perspectiva de Cristo apresentada nesse contexto contrapõe todo e qualquer sistema religioso, que não tem sua raiz no monoteísmo judaico, e na pessoa bendita de Cristo. “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (Até 4.12). O Reino de Deus possui uma ética própria, que reflete a natureza plena de um Deus justo e Santo. Por esse motivo é descrito como “porta estreita” e “caminho apertado”, por causa dos princípios e valores que formam a base desse Reino. Para se adequar às normas do Reino é necessário que haja o novo nascimento (Jo 3.3,5). Sem o novo nascimento ou a nova criação de Deus, não há condições de trilhar o “caminho apertado”. O texto paralelo de Lucas 13.24 diz: “Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão”. Neste contexto aparece a palavra “porfiar", que traz a ideia de disputa, guerra, desafio. Mas não se trata de uma disputa contra outrem, mas contra si mesmo. O caminho estreito, e a porta estreita, é assim definida, tendo como pressuposto três coisas principais: a ética santa do Reino, a sujeição da humanidade ao pecado, e a influencia do mal no mundo, por isso Jesus afirma: “e poucos há que a encontrem”. Apesar de toda sujeição a que estamos sujeitos, isso nunca deve ser usado como desculpa, pois a graça de Deus nos é suficiente. O livre arbítrio do homem As palavras de Jesus no versículo 14 e 15, soa, não como uma ordem, mas como um conselho ou exortação. Jesus reconhece que o homem é livre para escolher seu próprio destino. Pois isso, estes dois versículos, tem um caráter mais informativo que apelativo. A verdade foi apresentada, compete agora o homem escolher qual caminho trilhar, o caminho “estreito” e “apertado” que conduz a vida, ou o caminho “largo” e “espaçoso” que conduz a perdição. Isso me lembra das palavras de Moisés ao povo de Israel: “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente”. (Dt 30.19) Moisés havia apresentado ao povo toda a lei de Deus, cuja obediência traria como consequência a vida eterna, e também as consequências da desobediência a lei divina, o caminho da maldição. Essa é maneira de Deus conciliar sua bondade e sua justiça. Da mesma forma Jesus expõe o caminho que conduz a vida e o caminho que conduz a morte. O mesmo conselho de Moisés, nos é apresentado sempre pelo Deus de amor: “escolhe, pois, a vida”. CONCLUSÃO Deus ama a todos os pecadores incondicionalmente, e seu desejo que todos possam ser servos (1 Tm 2.4); mas espera que eles façam isso com base em sua escolha e não arbitrariedade arbitrariedade de uma eleição incondicional. Apesar das Escrituras atribuir o mérito da Salvação a Deus (Ef 2.8,9), todavia devemos corresponder com fé sincera. E depois de salvos devemos buscar renunciar a nós mesmo em todo tempo para, no final possamos nos apropriar decisivamente da salvação. A salvação é uma condição presente, mas ao mesmo tempo tem um aspecto futuro. E para chegarmos lá precisamos nos manter sempre no caminho estreito.

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