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Foto do escritorMarciel A. Delfino

JOSÉ, O EXEMPLO DE FILHO DEDICADO

Atualizado: 19 de set. de 2023

INTRODUÇÃO

Antes do relato do cap. 37 de Gênesis, José é mencionado apenas outras duas vezes. A primeira no cap. 30, onde o escritor narra sobre o nascimento dos filhos de Jacó, e no capítulo 33, no incidente do encontro de Jacó e Esaú.

No capítulo 37 de Gênesis, o escritor abre um parêntese em sua narrativa para inserir detalhes da história de José. José era um jovem rapaz, amado de seu pai.

A história de José é interrompida no cap. 38, onde o escritor discorre sobre o incidente de Judá e Tamar, mas é retomado no cap. seguinte.

Jacó amava José mais do que todos os demais filhos, porque esse era filho de sua velhice, conforme nos informa o escritor. Uma outra razão é, sem dúvida, porque José era o filho primogênito de sua esposa mais amada, Raquel.

Quando Jacó veio para Arã, fugindo de seu irmão Esaú, encontrou primeiramente Raquel. No primeiro encontro a beijou (29.11). Foi amor à primeira vista. Trabalhou 14 anos por ela. Ele a amava profundamente (29.18a).

Jacó sempre demostrou seu favoritismo por ela, e por seus filhos com ela (29.30; 33.2).

Quando o relato do cap. 37 se desenrola, Raquel, mãe de José - a esposa mais amada de Jacó, já havia falecido. Dela, restou apenas José e o pequeno Benjamim, irmão de José.

Isso pode, também, ser uma das razões porque Jacó era tão apegado a José, seu primogênito com Raquel.

Sua esposa preferida já havia falecido, e seu consolo poderia ser encontrado em José.

 

O RELACIONAMENTO DE JOSÉ E JACÓ

Quando analisamos o trato de José com seu pai, percebemos que ele tinha outros motivos para amar José além, dos motivos que já alistamos acima. Jacó é, sem dúvida, um tipo de Deus nesse contexto, e José um tipo do crente.

O contexto familiar de Jacó simboliza o Reino de Deus, onde iremos exercer responsabilidades para com o Pai celestial e seus interesses.

Todos os salvos em Cristo são filhos de Deus por adoção. Adoção é o ato de filiação judicial. Após o ato de adoção por Deus em Cristo, passamos a ser filhos legítimos de Deus. Nos tornamos herdeiros Dele.

Nosso trato para com Deus vai definir muito a maneira como Deus vai tratar conosco.

 

O AMOR DE JACÓ POR JOSÉ

O amor não é um sentimento solitário, mas composto, que carrega em si muitos outros sentimentos. Quando a Bíblia afirma que Jacó amava José, significa que ele tinha por ele muitos outros sentimentos. Abaixo faremos análise das qualidades de José, e de suas conquistas da parte de seu pai.

José recebeu de seu pai uma túnica de várias cores. Essa túnica era o símbolo externo do amor de seu pai. Simbolicamente a túnica representa as benção advindas de Cristo. Em outras palavras a túnica representa o dons espirituais, os ministérios, os demais adornos da vida cristã.

Os demais irmãos de José também queriam possuir uma túnica semelhante, mas a túnica foi dada apenas a José, porque ele provou ser alguém digno de possuí-la. Quando falamos em dignidade, não estamos falando necessariamente de méritos pessoais.

No reino de Deus, muitos desejam receber de Deus dons e talentos mas nem todos são dignos tê-los, pois são imaturos, instáveis, ignorantes quanto ao que desejam. Esses sem dúvida não receberão de Deus o que almejam.

Deus é como um pai humano. O pai distribui tarefas e responsabilidades aos filhos conforme sua maturidade, ou capacidade.

Da mesma forma, Deus nos confia dons e talentos conforme nossa maturidade cristã, conforma nossa responsabilidade no seu Reino. Assim como a confiança de um pai por um filho deve ser conquistada e não requerida, assim também devemos conquistar a confiança de Deus para obtermos mais privilégios no Reino.

 

APLICAÇÃO PRÁTICA

  • A condição presente dos salvos

  • Somos filhos de Deus por adoção, por meio de Jesus Cristo

  • Se somos filhos temos deveres ou responsabilidades, privilégios e direitos inerentes a nossa condição.

  • Os deveres ou responsabilidades do Reino são deveres de todos

  • Os direitos são direitos de todos

  • Os privilégios no entanto são para aqueles que conquistam

- os privilégios no Reino de Deus estão intimamente relacionados a maneira como nos relacionamos com Deus, e cuidamos dos seus interesses. Um filho dedicado faz seus os interesses do pai. O que para o pai é conveniente para o filho também o é, e aquilo que não é conveniente, para o filho também não é.

As vezes focamos apenas nos privilégios do Reino e nos esquecemos de que para os conquistarmos, precisamos primeiramente conquistar a Deus. Esse não é um processo simples, exige dedicação, renúncia, perseverança e um espírito quebrantado.

 

O EXEMPLO DE JOSÉ, UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

  1. José conseguiu agradar a seu pai, pois o conhecia intimamente

    • Para conhecermos a vontade de Deus é necessário que o conheçamos intimamente. Nem sempre a vontade de alguém é manifesta por palavras, mas também por gestos, e sentimentos.

    • Por conhecer e agradar seu pai, José consegui conquistar sua simpatia. Este é o primeiro passo para obtermos os privilégios do Reino.

      1. José era um jovem dedicado ao trabalho, agindo sempre responsavelmente, e isso contribuiu para que conquistasse a credibilidade de seu pai (37.2 a).

      2. José era inteiramente justo e integro, não suportava injustiça alguma, tinha um zelo especial pelas coisas de seu pai “trazia má fama de seus irmãos ao seu pai” (37.2b). Isso fez com que conquistasse a plena confiança de seu pai.

      3. José era inteiramente espontâneo, tinha espirito voluntário. Quando seu pai pediu que fosse aonde seus irmãos apascentavam, de imediato respondeu: “eis me aqui” (37.13b). Isso fez com que conquistasse a posição de superintendente de seus irmãos.

      4. Quando ia a seus irmãos, se perdeu no caminho, e andava errante a procura deles. José poderia ter retornado, sem cumprir sua missão, mas era um homem abnegado em prol da causa de seu pai, por isso, persistiu até que que os encontrou. José também, com certeza, tinha consciência do perigo que corria em ir ter com seus irmãos na ausência do pai, contudo, mesmo assim preferiu correr o risco e atender aos interesses de seu pai.

 

CONCLUSÃO

José era o filho mais amado de seu pai. Como já vimos, ele tinha suas razões pessoais para tal. Mas uma das razões que levou Jacó a se apegar tanto com seu filho José foi, sem dúvida, sua dedicação, compromisso e zelo.

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