Versículos iniciais:
"E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2)
"Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor." (Efésios 5:17)
1. A Vontade de Deus
A vontade de Deus é um dos temas mais profundos e centrais da fé cristã. Ela se apresenta como um plano soberano que reflete o caráter santo e amoroso de Deus. O apóstolo Paulo, em Romanos 12:2, nos exorta a não nos conformarmos com este mundo, mas a sermos transformados pela renovação da nossa mente, para que possamos "experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". Este versículo nos revela que a vontade de Deus tem três características principais: boa, agradável e perfeita.
Primeiramente, a vontade de Deus é boa porque ela visa o nosso bem. Mesmo em momentos de adversidade, Deus trabalha em favor daqueles que o amam (Romanos 8:28). Sua bondade está ligada ao Seu propósito eterno, que é nos conformar à imagem de Seu Filho.
Além disso, a vontade de Deus é agradável. Quando entendemos e vivemos segundo o plano divino, experimentamos paz e satisfação em nossa alma. Isso não significa ausência de desafios, mas que, ao nos alinharmos com a vontade de Deus, encontramos descanso em Seu propósito. Como nos ensina Efésios 5:17, devemos buscar entendimento: "Por isso, não sejam insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do Senhor."
Por fim, a vontade de Deus é perfeita. Ela é sem falhas, abrangente e conduz ao cumprimento dos planos divinos. Mesmo quando não entendemos os caminhos de Deus, podemos confiar que Ele está agindo com sabedoria e justiça.
Conhecendo a vontade de Deus através da presença d’Ele
Conhecer a vontade de Deus começa com Sua presença. Antes de conhecermos a Deus, andávamos perdidos, mas Cristo nos encontrou e nos atraiu para perto d’Ele. Essa atração não é apenas um chamado, mas um gesto de aceitação. Somos como um plebeu pobre e indigno que violava todas as leis do reino, mas foi convidado a entrar na presença de um grande Rei. Esse momento marca o início de nossa caminhada na descoberta da vontade de Deus.
O primeiro passo: conhecer a vontade de Deus. Este é o ponto em que ouvimos sobre Deus e aprendemos sobre quem Ele é. É aqui que começamos a entender que Ele tem um plano geral para a humanidade, revelado em Sua Palavra, mas também um plano específico para nossas vidas. Essa descoberta ocorre por meio da intimidade, da oração e do estudo das Escrituras, pois é na presença de Deus que Sua vontade é revelada.
O segundo passo: entender a vontade de Deus. Essa fase é mais profunda. Não se trata apenas de saber que Deus tem uma vontade, mas de compreender qual é essa vontade para nós. Em Efésios 5:17, somos instruídos a buscar esse entendimento. Deus não apenas deseja nos mostrar Seu plano, mas também quer que entendamos como Ele se aplica às nossas vidas de forma pessoal. Essa compreensão implica aceitar que Deus tem desejos, aspirações e uma direção específica para cada indivíduo.
O terceiro passo: experimentar a vontade de Deus. Finalmente, somos chamados a provar e praticar a vontade divina. Em Romanos 12:2, Paulo nos convida a experimentar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Isso exige uma atitude consciente de obediência. Quando nos submetemos à vontade de Deus, experimentamos Sua fidelidade e vemos Seus planos se manifestarem em nossas vidas de forma prática.
2. A Autoridade de Deus
A autoridade divina está intimamente ligada à comissão que recebemos. Somos chamados para sermos ministros, mordomos, profetas (porta-vozes) e representantes de Deus na Terra. Diversas figuras bíblicas ilustram nosso papel como embaixadores do Reino de Deus:
Ministros e mordomos: Aqueles que servem e cuidam dos recursos espirituais que Deus nos confiou.
Profetas: Porta-vozes de Deus, trazendo Sua mensagem ao mundo.
Embaixadores: Representantes oficiais do Reino, enviados para cumprir uma missão.
Essas figuras compartilham uma ideia central: fomos enviados para representar Deus e executar Sua vontade na Terra. Um enviado não age por conta própria, mas sob a autoridade de quem o comissionou. Como representantes de Deus, somos revestidos de autoridade para realizar Suas obras, incluindo curar os enfermos, expulsar demônios e proclamar o evangelho (Mateus 10:1).
A autoridade também é uma evidência de proteção divina. Assim como um servo que se curva diante do Rei ao ser convocado, mas vira as costas para representá-Lo, somos enviados ao mundo para agir em Seu nome. Essa representação significa que Deus confia em nós para agir em Seu lugar, e nossa obediência demonstra nossa confiança n’Ele.
3. A Imposição de Mãos
A imposição de mãos é uma prática bíblica amplamente difundida nas Escrituras, especialmente no Novo Testamento. Ela simboliza a manifestação visível da autoridade divina através do crente. Essa doutrina é utilizada em diferentes contextos:
Transferência de bênçãos: Desde o Antigo Testamento, a imposição de mãos era usada para abençoar (Gênesis 48:14).
Unção para o serviço: Em Atos 13:3, vemos os apóstolos impondo as mãos sobre Barnabé e Saulo, enviando-os para a obra missionária.
Cura e libertação: Jesus e os apóstolos frequentemente impunham as mãos sobre os enfermos e sobre os atormentados por espíritos malignos para trazer cura e libertação (Marcos 16:18; Atos 8:17).
Recebimento do Espírito Santo: A imposição de mãos era usada para transmitir o dom do Espírito Santo (Atos 19:6).
A imposição de mãos não é um ato meramente ritual, mas uma expressão da autoridade de Deus operando por meio de Seus servos. Quando um crente, revestido da autoridade de Cristo, impõe as mãos sobre alguém, ele atua como um canal da presença divina. Os demônios são expulsos, as enfermidades desaparecem e o poder de Deus é manifestado.
Conclusão
A vontade de Deus nos chama à comunhão; a autoridade de Deus nos envia ao serviço; e a imposição de mãos manifesta o poder de Deus em ação. Esse é o ciclo completo de um crente que vive segundo o Reino: ser atraído pela presença de Deus, ser comissionado pela Sua autoridade e ser usado para manifestar Sua glória.
Em tudo isso, devemos lembrar que agimos em nome de Jesus. Toda autoridade que temos vem d’Ele e é para Ele. Assim, vivamos para conhecer, entender e experimentar a vontade de Deus, exercendo nossa autoridade e manifestando Seu poder por meio da imposição de mãos. Que Deus nos capacite a sermos fiéis representantes do Seu Reino!
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