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Foto do escritorMarciel A. Delfino

A PARÁBOLA DO TRIGO E DO JOIO

INTRODUÇÃO A parábola do trigo e do joio é a segunda parábola proferida por Jesus no capítulo 13 de Mateus. Como a parábola do semeador, esta também foi interpretada por Jesus. Antes de ir para casa, Jesus havia contado quatro parábolas; a do semeador (v 3-8), a do trigo e do joio (v 24-30), a da semente de mostarda (v 31,32) e do fermento (v 33). Destas quatro, havia interpretado apenas a parábola do semeador (v 19-23). A parábola do trigo e joio, no entanto, parece ter chamado a atenção dos discípulos, de sorte que ao chegarem em casa, interrogaram a Jesus sobre o significado desta parábola: “Então Jesus, deixando as multidões, entrou em casa. E chegaram-se a ele os seus discípulos, dizendo: Explica-nos a parábola do joio do campo” (v 36). Apesar de ser bem semelhante a parábola do semeador, a parábola do trigo e joio tem uma aplicação totalmente diferente. Os elementos relevantes da parábola

  • O homem que semeou a boa semente

  • A boa semente

  • O campo

  • O inimigo

  • Joio no meio do trigo

  • Os ceifeiros

  • A ceifa

  • A queima do joio

O homem que semeia a boa semente no campo Como o próprio Senhor Jesus afirmou: “O que semeia a boa semente é o Filho do homem” (37). A semente são os filhos do Reino, e o campo simboliza o mundo. Jesus é por direito, o dono do Reino e do mundo, onde o Reino se manifesta. Os filhos do Reino são os que verdadeiramente nasceram de novo da água e do Espírito (Jo 3.3,5). São comparados a uma semente boa pelo fato de terem passado por um processo de escolha e seleção espiritual baseada na soberania e presciência do Eterno Deus. A boa semente são àquelas que possuem um grande poder de germinação. Onde forem semeadas germinarão e produziram frutos. O trigo, por ser um grão nobre e sua farinha muito usada na confecção de bolos e pães, passa a ser uma representação perfeita dos filhos do Reino. A ideia é de algo nobre, puro e plenamente útil. Apesar do Reino de Deus ser de natureza propriamente espiritual, se manifesta de maneira exterior. Essa manifestação exterior corresponde a nossa atuação como cristãos nesse mundo. A vida do crente é um livro aberto, todos leem e observam. Somos o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13,13). Como luz devemos resplandecer como astros nesse mundo. O inimigo e o joio “...o joio são os filhos do maligno; o inimigo que o semeou é o Diabo (v 38,39). O diabo que é o inimigo que semeou o joio, no meio do trigo, enquanto os trabalhadores estavam desatentos e dormindo. O campo representa o mundo. O mundo é o lugar onde o Reino de Deus se manifesta por meio dos salvos. Os salvos são a única representação exterior do Reino de Deus nessa terra. Não podemos identificar esse Reino no espaço ou em um lugar determinado, mas nos corações daqueles que servem a Cristo: “Sendo Jesus interrogado pelos fariseus sobre quando viria o reino de Deus, respondeu-lhes: O reino de Deus não vem com aparência exterior; nem dirão: Ei-lo aqui! ou: Eí-lo ali! pois o reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17.20,21). O povo de Deus nesse mundo, é identificado através de atos e ações que os identificam como o povo de Deus, isso é, através de suas características peculiares. O povo de Deus tem suas características próprias, mas somente Deus é capaz de identificar verdadeiramente quem de fato serve de coração ou quem simplesmente parece com o povo de Deus, mas que na verdade os seus frutos não correspondem ao esperado. A boa semente “o trigo” produz o grão de trigo, em hipótese alguma se espera colher outro gênero de cereal. Igualmente, não se espera colher o grão de tribo, do joio. O joio sempre será o joio no meio do trigo. O Joio e uma planta considerada daninha que cresce em áreas onde se cultiva os trigais. Sua semelhança com o trigo é tão grande que ela também é chamada de falso trigo. A identificação perfeita só é possível quando ambas as plantas soltam os seus cachos. Da mesma forma hoje, o trigo no meio do joio não é facilmente identificável, mas como o próprio Jesus afirma “pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7.16,20). Jesus disse que os que se identificam como joio no meio do trigo são “todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade”. Isso é, não levam a vida cristã a sério. Os servos do agricultor identificaram o joio no meio do trigo assim que as plantas começaram a espigar, e encabulados com aquela situação exclamaram “...Senhor, não semeaste no teu campo boa semente? Donde, pois, vem o joio? Respondeu-lhes: Algum inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres, pois, que vamos arrancá-lo?” (v 28,29). Eles tinham plena ciência de que a semente laçada no campo era uma semente selecionada, pura, como então surgiram o joio no meio do trigo? A resposta de Jesus foi simples, “algum inimigo é quem fez isso”. O inimigo é o diabo, que aproveitando da fragilidade da igreja vêm e semeia o joio no meio da plantação de Cristo. O sono dos trabalhadores pode exemplificar diversas verdades: falta de ensino ou doutrina na Igreja, falta de discipulado, falto de critérios na hora de batizar os neoconversos, e no momento de separar oficiais para a obra de Deus. Tudo isso coopera para formar uma massa de crentes que não conhecem a Cristo. São religiosos, mas não cristãos de fato. Nunca experimentaram, de fato, o novo nascimento. Esses são os falsos crentes no meio do povo de Deus. O joio são os filhos do maligno. O inimigo da parábola escolheu o momento mais estratégico para semear o joio no meio do trigo; a noite, quando todos os trabalhadores haviam dormido. Nisso se destaca a natureza sagaz e sutil do nosso arqui-inimigo. Ele semeia o joio no meio do trigo quando os trabalhadores de Deus se encontram inertes, desatenciosos, dormido o sono da negligência. Os trabalhadores e a ceifa Apesar de ser um fato de que existe muito falsos crentes no meio do povo de Deus, essa parábola ilustra a verdade de que somente o Senhor é capaz de realizar a prefeita seleção. Isso se dará no final dos tempos, onde Deus fará a distinção entre aqueles que de fato serviram de coração, e aqueles que nunca levaram a sério a vida cristã. Deus quer que tenhamos paciência e esperemos que a justiça perfeita de Deus se manifeste trazendo a perfeita recompensa de cada um. O dono da plantação de trigo não permitiu que seus trabalhadores arrancassem o joio assim que o identificaram no meio do trigo, antes recomendou que ambos fossem deixados juntos até a colheita. Por ocasião da colheita o joio seria colhido primeiro, e lançado no fogo, em seguida seria colhido o trigo. A colheita representa o fim do mundo; em outras palavras, o juízo final. Apesar de nesse contexto, o juízo de Deus ser descrito como um evento único, todavia sabemos que o julgamento dos justos e dos ímpios se darão em fases distintas. A intensão de Cristo nesse contexto, é descrever a realidade e a verdade de que Deus, um dia julgará todos os homens e fará a distinção entre os que servem de fato, e os que enganam a si próprios e aos outros servindo como pedra de tropeço e praticando a iniquidade, intitulando-se servos de Deus (v 41). Jesus diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus” (Mt 7.21). Os ceifeiros representam os anjos, que exercerão um papel fundamental no momento do juízo final de Deus sobre a humanidade; “Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles ajuntarão do seu reino todos os que servem de tropeço, e os que praticam a iniquidade, e lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá choro e ranger de dentes” (V 41,42), “E ele enviará os seus anjos com grande clangor de trombeta, os quais lhe ajuntarão os escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus (Mt 24.31). Essa mesma verdade é ilustrada na parábola da rede (v 47-50). CONCLUSÃO Deus julgará a todos os ímpios “grandes e pequenos”, isso é, todas as categorias econômicas e classes sociais (Ap 20.11,12). Ninguém diante de Deus é bom o suficiente que não mereça o inferno, e ninguém é pecador o suficiente que desmereça o céu. Isso depende de como encaramos a graça de Cristo em nossas vidas. Diante da graça de Cristo o mais vil pecador encontra a redenção da alma.

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