INTRODUÇÃO
A oração é sem dúvida a forma de adoração mais antiga conhecida entre os homens.
Para os crentes, a oração não é apenas uma forma de devoção dentre muitas outras, ela constitui a chave que abre caminhos para uma vida de intimidade e comunhão com o Criador.
Assim para os crentes, a oração constitui uma parte essencial da experiencia cristã, que se resume não somente em devoção, mas numa experiencia dinâmica de interação (conversa ou diálogo com Deus).
A oração do Pai Nosso, por mais formal que pareça, ela não deve ser encarada como uma peça litúrgica apenas. Trata-se de uma oração aprendida, mas ela deve ser recitada sempre com um coração contrito, isso é, como um filho que está posicionado diante do seu pai e faz-lhe pedidos em pleno respeito e submissão.
O agente ativo da oração do Pai Nosso (o crente), deve ter ciência de que essa além de um coração contrito, nossa disposição deve ser marcada por total dependência, contentamento, confiança em Deus, e ao mesmo tempo de muita autoconfiança.
A oração do Pai Nosso é intitulada e encarada como um modelo de oração universal, ou oração apropriada para ocasiões ecumênicas, no entanto, se levarmos em conta o teor dessa oração, ela não pode jamais ser encarada dessa forma.
Ela deve ser reconhecida como um modelo de oração própria dos salvos, que deve ser adotada somente por parte daqueles que são de fato filhos de Deus, e aprenderam e compreenderam os pontos mais essenciais da fé cristã.
Os discípulos de Jesus pedirem a ele que lhes ensinassem a orar, e Jesus, então lhes ensinou a oração do Pai Nosso.
CARACTERÍSTICAS ESTÉTICAS
A oração do pai nosso manifesta algumas características estéticas os quais são:
Brevidade. (uma oração curta)
Objetividade. (vai direto ao ponto)
Impessoalidade. (é feita na terceira pessoa), é uma oração feita por um sujeito, mas expressa um caráter coletivo pois chama a atenção para necessidades da coletividade. É uma bomba contra o egoísmo e o egocentrismo.
Seletividade. Se concentra em pontos essenciais da vida do crente obedecendo uma ordem ou uma escala de valores própria.
OS TEMAS CENTRAIS DA ORAÇÃO DO PAI NOSSO
A oração do Pai Nosso aborda os temas centrais da fé cristã numa ordem bem própria.
O enaltecimento do Nome ou da Glória de Deus. Ela inicia entronizando Deus “Pai nosso que estais nos céus”, santificado seja o teu nome.
O Reino. A manifestação do Reino também pode ser entendida como a manifestação plena do domínio de Deus.
A vontade de Deus. A manifestação da vontade de Deus, além de expressar o domínio, também expressa total confiança por parte daquele que hora, bem como total submissão ao senhorio de Deus.
Provisões básicas. O pão nosso de cada dia pode ser entendido de uma forma mais abrangente, como as necessidades básicas da vida (comer, beber, vestir).
Pedido de complacência. Deus é justo e na condição de Deus justo ele julga o pecado. Deus sabe que a tentação ou as provações são mecanismos eficazes para aperfeiçoar o crente. A oração do Pai nosso pede que Deus seja complacente ou misericordioso ao aplicar a prova, no intuito de que ela não seja tão dura, e ainda que o crente venha falhar e faltar diante de Deus, que ele venha nos livrar do mal. A expressão “livrai-nos do mal”, portanto, deve ser entendida não como as consequências da tentação em si, mais as consequência do pecado diante de Deus. Portanto, devemos ter medo não daquilo que o mal pode nos fazer, mas por aquilo que o Deus da justiça poderá nos fazer pelo nosso mal.
Do perdão de Deus e do próximo. É interessante como a oração do Pai Nosso implementa a questão do perdão. A oração não diz; “nos ensina a perdoar como o Senhor nos perdoou”, mas “perdoa as nossas dívidas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Assim a oração do Pai Nosso se torna autopunitiva ou auto condenatória, pois nós mesmos condicionamos o perdão de Deus ao nosso próprio modelo de perdão.
CONCEITOS CHAVES
Além disso a oração do Pai Nosso evoca diversos conceitos relevantes da fé cristã:
Da paternidade e da filiação
Da glorificação e da exaltação da pessoa de Deus.
Da manifestação do domínio e do governo de Deus.
Da confiança na provisão e nos cuidados de Deus.
Do perdão de Deus e do perdão ao próximo.
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